O cirurgião plástico Heriberto Ivan Arias Camacho foi preso preventivamente nesta quinta-feira (11), sob a acusação de ser responsável pela morte da cabo-friense Lindama Benjamin de Oliveira, de 59 anos. Segundo investigações, a vítima veio a óbito horas após uma lipoaspiração realizada pelo médico em março do ano passado.
O procedimento cirúrgico, que custou R$ 16 mil, foi realizado no Hospital Bitée Cirurgia Plástica e Estética, na Barra da Tijuca, e a paciente chegou à clínica por indicação de amigos. O atestado de óbito de Lindama aponta como causa da morte uma perfuração no intestino seguida de hemorragia.
A prisão preventiva do médico foi decretada pela Justiça do Rio de Janeiro na última segunda-feira (8), sendo o mandado cumprido na manhã desta quinta por agentes da 12ª DP (Copacabana).
A juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal da Capital, ao decretar a prisão, ressaltou que o médico “assumiu o risco de matar” a paciente, atuando “de forma livre e consciente”. A magistrada também mencionou a existência de indícios de um “grave homicídio qualificado” e o risco de fuga por parte do especialista.
A defesa de Heriberto Ivan terá um prazo de dez dias para apresentar provas e testemunhas. Paralelamente, Jairo Magalhães Pereira, advogado que representa a família de Lindama e assistente de acusação, expressou que a prisão é fundamental para o andamento do processo, destacando que o médico já enfrenta outras investigações e processos de indenizações.
A defesa da vítima também solicitou ao Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) a suspensão do registro médico de Heriberto, mas ainda não obteve resposta. No site do Cremerj, o registro do médico continua ativo.
O Cremerj, por sua vez, informou que há um processo em andamento sobre o caso, que corre em sigilo e segue os ritos do Código de Processo Ético-Profissional. Conforme o órgão, todos os prazos processuais são observados para assegurar a legalidade do procedimento.
A defesa do médico, na figura do advogado Alessandro Marcos, durante um depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca) no ano passado, defendeu a inocência de Heriberto, classificando a morte de Lindama como “uma fatalidade”. A defesa aguarda um laudo complementar sobre o caso.