A candidata derrotada no primeiro turno das eleições na Argentina Patricia Bullrich declarou nesta quarta-feira (25) apoio ao ultraliberal Javier Milei.
Bullrich foi a terceira colocada nas eleições, realizadas no domingo (22), e seu apoio era considerado um dos pontos cruciais para o segundo turno por conta da migração de votos - ela angariou cerca de 24% dos votos.
Candidata da direita e ex-ministra de Segurança do ex-presidente Mauricio Macri, Bullrich criticou Milei ao longo da campanha e chegou a chamar suas ideias de "perigosas e ruins".
Em entrevista nesta quarta, no entanto, ela afirmou que quer impedir o "perigo do kirchnerismo", em referência a Sergio Massa, aliado dos ex-presidentes Nestor e Cristina Kirchner. Massa, ministro da Economia do país, surpreendeu e terminou em primeiro lugar, com mais de 36% dos votos. Já Milei, o segundo colocado, obteve cerca de 29%.
"Este momento nos interpela a não sermos neutros diante do perigo do kirchnerismo do Sergio Massa", declarou. "Quando a pátria está em perigo, tudo é permitido".
Indicando um racha já previsto dentro de sua coligação Juntos por el Cambio, Bullrich disse ainda que sua decisão de pedir votos para Milei é pessoal, e não de toda a coligação. No anúncio, ela estava acompanhada do ex-presidente Mauricio Macri.
Durante a campanha eleitoral na Argentina, Patricia Bullrich ficou conhecida como "candidata da lei e da ordem". Ela iniciou a carreira política como militante de esquerda, foi se deslocando para a direita ao longo dos anos, até se tornar ministra de Macri.