O dólar opera em alta nesta quarta-feira (27) e já ultrapassou o patamar dos R$ 5, em mais um dia de cautela nos mercados globais por conta dos juros altos nos Estados Unidos.
A expectativa é que, com as taxas elevadas - hoje entre 5,25% e 5,50% - a maior economia do mundo passe por um período de recessão econômica muito em breve. Dados divulgados ontem reforçaram a visão de que a desaceleração da atividade ganha força.
Veja abaixo como está sendo o dia nos mercados.
Às 13h, a moeda norte-americana subia 1,39%, cotada a R$ 5,0561. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou com alta de 0,42%, vendido a R$ 4,9870, no maior patamar desde junho. Com o resultado, a moeda passou a acumular:
Também às 13h, o Ibovespa subia 0,13%, aos 114.346 pontos.
No mesmo horário, as ações da Vale e da Petrobras, empresas com maior peso na composição do índice, avançavam 0,75% e 1,17%, respectivamente. Os bancos também vivem um pregão de alta.
Na véspera, o Ibovespa fechou o dia em queda de 1,49%, aos 114.193 pontos, no menor patamar em mais de dois meses. Com o resultado, o índice passou a acumular:
Em um dia de agenda mais vazia no Brasil, o que segue ganhando a atenção e a preocupação dos investidores é a economia dos Estados Unidos, sobretudo com os juros no maior patamar em muitos anos.
Em sua última reunião, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) optou por manter suas taxas inalteradas, mas não descartou novos aumentos nos próximos meses e já sinalizou que devem continuar elevadas por um bom tempo ainda.
O problema é que, com juros altos, os financiamentos e tomada de crédito ficam mais caros, impactando no consumo da população e no rendimento das empresas.
Indicadores econômicos recentes, inclusive, já mostram esse cenário. Em setembro, o índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos caiu para o menor nível em quatro meses, para 103,0 - de uma leitura de 108,7 em agosto. Além disso, em agosto as vendas de novas casas no país tiveram uma forte queda de 8,7%.
Porém, não é só a economia americana que sofre com os juros mais altos no país. SE as taxas sobem por lá, a rentabilidade dos seus títulos públicos - que são considerados os mais seguros do mundo - também aumenta, atraindo o dinheiro dos investidores, sobretudo em um cenário de cautela pelos riscos de recessão.
Nesse movimento, o dólar se valoriza frente outras moedas, principalmente as de países emergentes, como o real, além dos mercados de ações (que são ativos de risco) sofrerem.