16/10/2022 às 11h56min - Atualizada em 16/10/2022 às 11h53min
Macaé - Novo Ciclo Virtuoso
A lenda da praga de Motta Coqueiro, enforcado injustamente em Macaé por um crime que não cometeu, quando tomado de ódio antes da morte, teria amaldiçoado a cidade por 100 anos, que ficaria apenas no folclore literário..
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André Longobardi
Na década de 70, a cidade de Macaé iniciou um enorme ciclo de desenvolvimento, período no qual a Petrobras iniciou suas primeiras atividades na até então chamada "Princesinha do Atlântico". A lenda da praga de Motta Coqueiro, enforcado injustamente em Macaé por um crime que não cometeu, quando tomado de ódio antes da morte, teria amaldiçoado a cidade por 100 anos, que ficaria apenas no folclore literário. Junto com a Petrobras, chegaram empresas nacionais, internacionais, pessoas de outros locais, moedas estrangeiras, royalties do petróleo. Muitos recursos e investimentos foram aportados desde então. Porém nem tudo foi progresso. O tão esperado desenvolvimento, permitiu a criação de grandes abismos sociais, tornando o crescimento de Macaé desordenado. Foram quase 40 anos de prosperidade econômica e falência social. Enquanto uma parte da cidade se enriquecia e se desenvolvia, a outra se favelizava e sucumbia. E vieram as crises. Guerras em outros países, queda no valor do petróleo, planos econômicos, desvalorização da nossa moeda, corrupção na Petrobras, pandemia mundial, tudo levava a crer que Macaé nunca mais seria a mesma. A sensação é de que havíamos desperdiçado o ápice do crescimento, através do qual, tínhamos recebido o título de "capital do petróleo". Perdemos a oportunidade de elevar o patamar de Macaé para uma cidade realmente modelo, de progresso e desenvolvimento. Prefeitos omissos, governos irresponsáveis, políticos coniventes, instituições enfraquecidas, povo dependente, é receita infalível para o caos e a falência. Eis que surge um novo ciclo. O versículo bíblico "depois da tempestade vem a bonança" aconteceu, o Brasil, o Rio de Janeiro e Macaé iniciaram um ciclo virtuoso. Macaé vive um grande momento, com gestão pública austera, retorno dos investimentos privados, diversidade econômica, geração de empregos, valorização dos equipamentos públicos, excelente arrecadação, diálogo político em todas as esferas e boas relações institucionais. Agora é colocar os pingos nos is, arrumar a casa, prosperar com responsabilidade econômica e justiça social. "Princesinha do Atlântico, Capital do Petróleo", seja qual for o próximo apelido para Macaé, que a cidade consiga transformar as oportunidades em realizações e, que o protagonismo econômico e político sejam revertidos em bem-estar social, educação de qualidade à população e sustentabilidade de forma geral.